22 de abr. de 2008

Um pouco sobre Manoel Antonio Rates

"A presença da família de Manoel Antônio Rates nos levou a uma busca de informações. Pelo material levantado, percebeu-se uma intensa ligação da família com vários outros locais sul-mineiros. A atividade comercial do pioneiro facilitava esta articulação. Pela sua origem freqüentava Carrancas, São João del Rey, e demais regiões. Seus filhos e netos foram batizados em diferentes ermidas presentes em várias fazendas. Foram padrinhos em casamentos e batizados em diversas localidades. O nome de Manoel Antônio Rates, bem como de seus filhos, são citados em diversos documentos e inventários. Apadrinhamentos entre esses antigos moradores nos mostram a interligação existente do sítio Cachoeira, de Manoel Antônio Rates às outras fazendas. Lá ia o Manoel a Padre Bento, hoje São Bento Abade; ia às Lavras do Funil; ia aos Farias; e ia também aos: Garcias, Figueiredos, Gouveias. Nesta época, Carmo nada mais era que um ponto próximo a Lavras do Funil, que por sua vez pertencia a freguesia de Carrancas. A Cachoeira dos Rates foi um referencial no percurso de uma picada e perpetuada por ter tido seu nome incluído em Lei.

Os Rates são citados também em limites territoriais. O Sítio Cachoeira ficava em um ponto de passagem que ligava-se com Lavras do Funil, Encruzilhada, São Bento, e a Terra dos Coqueiros, hoje Coqueiral, entre outros. É provável que sua ação se estendia por toda a Comarca do Rio das Mortes, onde hoje estão as prósperas cidades de Varginha, Três Corações, Lavras, Boa Esperança, Nepomuceno, Carmo da Cachoeira, Luminárias, entre outras. O Sítio da Cachoeira influía e era influenciado só pelo fato de sua localização. Os tropeiros e os boiadeiros eram homens ousados que avançavam pelos sertões, partindo de vários, seguindo o roteiro dos rios e das antigas trilhas dos índios, e tinham esta parada como um referencial neste percurso. Numa época em que a metrópole controlava o processo de povoamento dos sertões e a limpeza das áreas, o extermínio da população indígena e quilombolas era uma constante, assim como os enfrentamentos e as expulsões de homens já instalados. Aqui não havia ouro. Era passagem. E passagem longe dos olhos controladores da Coroa Portuguesa. No sítio Cachoeira não havia Ermida. O único batizado foi encontrado até agora se realizou na casa de Manoel Antônio Rates em um altar foi portátil e trazido até aí pelo Padre Bento, no lombo de seu cavalo.

*Aguida, uma das filhas de Manoel Antônio Rates aparece no Vale do Sapucaí, como inventariante de Manoel Pereira de Carvalho, os Rates se espalham em locais onde existem atividade e economia viável."

O texto acima, extraído de carmodacachoeira.blogspot.com, nos proporciona a exata dimensão da responsabilidade de todos os membros da Família Rattes na busca a que nos propomos. Conhecer Manoel Antonio Rates e os caminhos por ele trilhados, saber quem são seus ascendentes e descendentes, tudo isso é muito mais do que conhecer as origens de nossa família: é contribuir para a cultura de uma cidade. Carmo da Cachoeira merece todo a nossa dedicação nessa tarefa. Acompanhar o blog de Carmo da Cachoeira é sempre um imenso prazer.

2 de abr. de 2008

Da Cachoeira dos Rates ao Rancho Alegre

Disse-me Leonor: "No ano de 2005, quando a Paróquia começou a pensar as comemorações de seus 150 anos, contatamos em Petrópolis, o Sr. Paulo Alves Rattes. [...] Numa das conversas que tivemos com o Sr. Paulo, ouvimos dele que a família recebeu, através da tradição a informação de que seu avoengo, por um motivo ou outro, decidiu dar novos rumos a sua vida e criar melhores condições de vida para sua família. Dizendo isso ele saiu, montado em seu cavalo. Assim que se deu conta da verdadeira intenção da conversa, sua esposa e alguns escravos ou auxiliares (não me lembro bem dos termos por ele utilizado) foram atrás dele. Só o alcançaram 60 (não me lembro a unidade de medida a que ele se referiu) adiante. Diante deste relato do Sr. Paulo Alves Rattes, baseado na tradição e de dados outros vindos através de uma cadernetinha, que seu pai tinha com algumas pequenas anotações sobre seus ancestrais, pergunto: Que caminho era este que o levaria a ALEGRE, ou melhor, ao 'RANCHO ALEGRE'? [...]"



Pois bem: em linha reta, Carmo da Cachoeira dista de São Pedro de Rates, no Espírito Santo (que iniciou como distrito de Alegre, terra de meu avô), exatamente 360 quilômetros, ou seja, 60 léguas, unidade de medida utilizada pelos tropeiros.